Os personagens da Commedia dell’arte | Ronaldo Correia de Brito | site oficial
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Os personagens da Commedia dell’arte

Muita gente ficou curiosa em saber um pouco mais sobre a ilustração do texto de agosto, na Revista Continente: Disparates em tom profético. Trata-se do personagem Il Capitano ou O Capitão, do teatro de Commedia dell’ate. Recortei alguns verbetes, que não são de minha autoria, e publico a seguir.

Quando a Commedia dell’arte surgiu na Itália, no começo do século XVI, significava uma delimitação entre o teatro literário culto e a comédia erudita. Os atores dell’arte eram, no sentido original da palavra, artesãos de sua arte, a do teatro. Foram, ao contrário dos grupos amadores acadêmicos, os primeiros atores profissionais. Tiveram por ancestrais os mímicos ambulantes, os prestidigitadores e os improvisadores. Seu começo veio do carnaval, com os cortejos mascarados, a sátira social dos figurinos de seus bufões, as apresentações de números acrobáticos e pantomimas.

As companhias de commedia dell’arte mantinham forte tradição familiar e artesanal. Itinerantes, percorriam toda a Europa, apresentando-se em vilas, cidades e lugarejos. A habilidade de improvisação se adequava bem às condições que encontravam no caminho, pois nem sempre havia lugar adequado para as apresentações. Se, às vezes, se apresentavam em salões de palácios, patrocinados por nobres, noutras mostravam seu trabalho nas ruas e praças, sobre tablados, dispensando cenários e outros elementos de cena.

As performances seguiam um repertório de situações constantes: adultério, ciúmes, velhice, amor. Os diálogos e ações podiam ser facilmente ajustadas para satirizar escândalos locais, eventos recentes, gostos regionais, misturados com piadas antigas. Os personagens eram identificados através dos figurinos e máscaras.

O roteiro tradicional era dos apaixonados (innamorati) e seu desejo em casar. Entretanto, um velho (vecchio) ou vários velhos, tentavam evitar o casamento e, envolviam nessa tentativa, um ou mais servos (zanni). Mas tudo acabava bem, com o casamentos dos enamorados e o perdão de todas as maldades.

Existem incontáveis variações desta história. A fixação de tipos tornou-se traço característico da Commedia dell’arte. O contraste da linguagem, status, sagacidade ou estupidez de personagens predeterminadas assegurava o efeito cômico. A tipificação levava os intérpretes a especializar-se numa personagem em particular, que representavam a vida inteira.

Eles eram divididos em três categorias: os criados (zanni), personagens de classe social mais baixa; os patrões (vecchi), que representam os de classe social mais abastada; e os amantes (innamorati), que querem se casar.

Vamos falar de um deles:

Il Capitano, ou O Capitão, provavelmente nunca foi um “Capitão”, mas se apropriou do nome para si mesmo. É frequentemente um fanfarrão e um arrogante, que pode manter suas reivindicações apenas pelo fato de que nenhum dos habitantes o conhece a fundo, sabendo quem na verdade ele é.

Forte e imponente, mas não necessariamente heroico, geralmente usa uniforme militar, mas de forma exagerada e desnecessariamente pomposa. Conta vantagens como guerreiro e conquistador, mas acaba desmentido. Capa e espada são adereços obrigatórios.

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