Vão colocar guizos nos nordestinos como faziam aos leprosos? | Ronaldo Correia de Brito | site oficial
1783
post-template-default,single,single-post,postid-1783,single-format-standard,bridge-core-3.1.3,qi-blocks-1.2.6,qodef-gutenberg--no-touch,qodef-qi--no-touch,qi-addons-for-elementor-1.6.9,qode-page-transition-enabled,ajax_fade,page_not_loaded,,qode-title-hidden,qode_grid_1300,hide_top_bar_on_mobile_header,qode-content-sidebar-responsive,qode-theme-ver-30.2,qode-theme-bridge,disabled_footer_top,disabled_footer_bottom,qode_header_in_grid,wpb-js-composer js-comp-ver-7.3,vc_responsive,elementor-default,elementor-kit-2068

Vão colocar guizos nos nordestinos como faziam aos leprosos?

Os sertões, livro canônico sempre em primeiro lugar nas listas dos mais importantes na formação de nossa nacionalidade brasileira, é um marco de preconceito com o homem sertanejo e nordestino, considerados como se fossem iguais.  Há 118 anos, Euclides da Cunha, um positivista republicano, supremacista, frenologista e racista continua formando gerações de intelectuais, professores e acadêmicos no preconceito com as diferenças regionais.

Vez por outra explodem exacerbações de ódio e desprezo pelos nordestinos, pela nossa produção cultural, como nas eleições do atual governo. Há protestos, mas nada tão veemente como os que aconteceram após o assassinato de George Floyd, talvez porque a nossa morte aconteça por asfixia lenta e contínua. Mesmo quando houve o massacre genocida de Canudos, o Brasil em busca da modernidade consentiu e calou porque se tratava de “bárbaros patrícios”, entregues à “selvatiqueza épica”. Os sertões, com todos os seus erros, mantém viva essa memória.

A questão não é apenas cultural, é política. Não se resolverá em discussões acadêmicas.  Você acha que o desprezo de Fernando Henrique Cardoso e dos que ele representa, pelos nordestinos e periféricos, vai se curar fácil? Duvido. Também duvido que os acadêmicos, orgulhosamente instalados em universidades do sudeste, se ocupem da produção periférica e de outras regiões. Melhor é continuar estudando Machado e Clarice Lispector, que já foram consagrados, e tratar como regionalista tudo o que é produzido fora do Rio e São Paulo.

[social_share show_share_icon="yes"]
1 Comment
  • Amaro Agostinho dos Santos Junior
    Posted at 11:48h, 01 setembro Responder

    Curto, direto no queixo, e preciso ! Nocaute! Acordemos ! Estamos vivos e não queremos que nos ponham guizos!

Post A Comment